Quem já é papai e mamãe de longa viagem, sabe que cuidar de um bebê é uma jornada repleta de alegrias e pequenas conquistas, mas também de muitos desafios e medos. Cada dia traz novas descobertas e aprendizados, especialmente quando se trata da saúde dos pequenos. Desde a alimentação e controle de peso até o desenvolvimento motor e cognitivo, cada detalhe requer atenção. E um dos aspectos que mais geram dúvidas e preocupação é a pele sensível dos bebês. Afinal, há uma série de problemas de pele em bebês, como assaduras e eczemas, frequentes nos primeiros anos de vida e que requerem atenção e cuidados especiais.
Isso porque as crianças, especialmente as recém-nascidas, têm uma pele extremamente sensível e suscetível a infecções ou mesmo irritações que podem causar muito desconforto nos bebês e preocupação nos pais. Mas isso é mais comum do que você imagina e há várias maneiras eficazes de prevenir e tratar essas condições.
Entender as causas, identificar os sinais e conhecer os tratamentos adequados são passos essenciais para garantir que a pele do seu bebê permaneça saudável e protegida. Por isso, preparamos este conteúdo com os problemas de pele em bebês que são mais comuns, suas possíveis causas, sintomas e, o mais importante, como prevenir e tratar corretamente. Quer saber mais sobre esse assunto e se preparar para lidar com essas situações? Continue lendo e descubra!
Quais são os principais problemas de pele em bebês, como identificar os sintomas e quais os melhores tratamentos para cada causa
Antes de tratarmos sobre os problemas de pele mais comuns em bebês, precisamos entender o que são, afinal, considerados problemas de pele. Quando se trata apenas de uma alergia por contato e quando é algo mais sério e com o qual devemos realmente nos preocupar?
Bom, sabemos que a pele é o maior órgão do corpo humano e desempenha funções essenciais para o nosso organismo, como a proteção contra agentes externos patogênicos (causadores de doenças), regulação da temperatura corporal e receber as sensações físicas de toque, por exemplo. Contudo, devido à sua exposição direta ao ambiente, a pele pode ser vulnerável a uma variedade de problemas, que podem ser temporários ou crônicos, de natureza leve a grave.
E quando falamos sobre a pele dos bebês, tudo isso é intensificado. Afinal, a pele de um bebê é cerca de 20 a 30% mais fina que a de um adulto, o que a torna menos resistente a bactérias e outros agentes inflamatórios. Além disso, os bebês têm uma função de barreira cutânea menos desenvolvida, perdendo umidade com muito mais facilidade e produzindo menos sebo, que naturalmente é responsável por lubrificar e proteger a pele.
Ou seja, todos os cuidados que dedicamos à nossa pele devem ser triplicados com as crianças.
Vamos entender cada um desses problemas e como resolver?
Problemas de pele mais comuns em bebês
Assaduras
As assaduras são tipos de inflamações da pele que ocorrem principalmente nas áreas cobertas pela fralda, mas que podem aparecer em outros lugares do corpo do bebê. Caracterizadas por vermelhidão e, às vezes, bolhas ou erosões na pele, costumam causar bastante ardência e dor ao toque, além de evoluir para feridas mais profundas.
Esse problema é comumente causado por fraldas úmidas ou sujas, que permanecem em contato com a pele por muito tempo. Além disso, as fraldas muito justas que friccionam contra a pele podem gerar essas inflamações. O uso de antibióticos que podem alterar a flora bacteriana da pele e a introdução de novos alimentos também “facilitam” o surgimento das assaduras.
E como prevenir? Você pode começar trocando as fraldas com mais frequência para manter a pele seca, assim limpar a área da fralda delicadamente com água morna ou toalhetes sem álcool e sem fragrância. Aplique cremes ou pomadas com óxido de zinco após cada troca de fralda para proteger a pele, além de garantir que a fralda esteja confortável, mas não muito apertada.
Eczema (dermatite atópica)
O eczema, também conhecido como dermatite atópica, é um problema de pele crônico e comum, que geralmente começa na infância, quando ainda bebê. Suas principais características são as áreas de pele seca, vermelha e irritada, e que às vezes podem se tornar extremamente pruriginosas.
Nos bebês, o eczema costuma aparecer nas bochechas, testa e no couro cabeludo, mas também pode se estender para os braços, pernas, peito e outras partes do corpo. Com o tempo, a pele pode engrossar, escurecer e desenvolver uma textura áspera se o eczema for frequentemente coçado ou esfregado. Por isso, muito cuidado para o tratamento adequado!
Embora os médicos ainda não conheçam a causa exata do eczema, é bem possível que essa condição seja o resultado de uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Em outras palavras, alergias (especialmente a sabões e detergentes), variações de temperatura e até mesmo o estresse.
Além disso, em alguns casos, pessoas que apresentam eczema e também possuem outras condições atópicas, como asma e febre do feno. Isso pode indicar um possível fundo imunológico ou alérgico como causa do desenvolvimento da doença.
Não há cura para o eczema, mas o tratamento se concentra em controlar os sintomas e minimizar os surtos. Portanto, mantenha sempre a pele do bebê bem hidratada, evite a exposição a agentes externos que possam desencadear qualquer tipo de alergia e, claro, durante as crises da doença, faça o uso dos medicamentos recomendados.
Crosta Láctea (dermatite seborreica infantil)
Geralmente aparecendo nas primeiras semanas de vida, e podendo persistir até os primeiros anos, a crosta láctea é formada por escamas gordurosas ou secas. Essas escamas surgem principalmente no couro cabeludo do bebê, mas que também podem aparecer em outras áreas como a testa, as sobrancelhas, as pálpebras, a área das fraldas e até atrás das orelhas.
Não sabemos o que causa a crosta láctea nos bebês, mas há indícios de que esteja relacionada a uma produção excessiva de óleo pelas glândulas sebáceas na pele, possivelmente influenciada por hormônios maternos ainda presentes no organismo do bebê, mesmo após o nascimento. Além disso, um tipo de levedura que vive naturalmente na pele pode contribuir para o desenvolvimento dessa condição ao irritar as áreas oleosas, acelerando a produção de sebo.
E não se preocupe!
A dermatite seborreica infantil, como também é conhecida, é assintomática. Ou seja, não causa coceira ou incômodo no seu bebê. Porém, em casos mais intensos, pode haver leve vermelhidão ou inflamação na área afetada.
Outro ponto positivo é que essa condição costuma desaparecer por contra própria com o passar do tempo (ainda nos primeiros anos de vida). Mas os cuidados básicos com a higiene do bebê ajudam nesse processo.
Brotoejas (miliária)
Manifestadas como pequenas bolhas ou erupções vermelhas em áreas de dobras da pele, como pescoço, axilas ou região da fralda, as brotoejas são comumente causadas pelo bloqueio dos ductos sudoríparos na pele dos bebês. Isso faz com que o suor não seja liberado, causando erupções.
Dentre os fatores de risco para o desenvolvimento das brotoejas, ambientes quentes são um perigo! Da mesma forma, o uso de roupas muito espessas em períodos de calor, assim como o uso excessivo de cremes e loções que possam obstruir os poros da pele, estão entre as principais causas.
Para prevenir as brotoejas, algumas medidas simples podem ser adotadas no dia a dia de cuidados com o bebê, como investir em roupas de algodão e que sejam um pouco mais frescas. Além disso, evitar o uso excessivo de cremes e loções densas e sempre manter o bebê em um lugar fresco e com boa ventilação!
A maioria dos casos de brotoeja são curados de forma natural, apenas mantenho a boa higiene e evitando as causas do problema. Mas caso o incômodo seja maior do que o esperado, banhos de água morna e o uso de produtos calmantes (à base de água e plantas) podem ajudar!
Dicas de cuidados com a pele do bebê
- Higiene suave: procure sempre encurtar o tempo dos banhos, mantendo a água morna e utilizando sabonetes neutros e suaves. Cuidado com os produtos muito perfumados! Ah, e evite o uso de produtos para adultos em bebês, isso porque a pele dos pequenos é bem mais sensível e precisa de cuidados especiais.
- Hidratação: use hidratantes para manter a pele do bebê sempre hidratada e evitar o ressecamento. Evite produtos com fragrância excessiva, muito densos ou que não sejam próprios para bebês.
- Proteção contra o sol: se a nossa pele já é sensível ao sol e demanda proteção solar, imagine então a pele dos pequenos! Por isso, evite a exposição direta à luz solar, principalmente nos horários de pico, e sempre use protetores solares próprios para a idade.
- Vestuário adequado: essa história de que os bebês sentem mais frio do que os adultos é mito! Portanto, nada de envolver seu bebê em cobertores, mantas ou vesti-lo com roupas pesadas em períodos quentes do ano.
Quando consultar um médico em caso de problemas com a pele do bebê
Quando se trata da saúde da pele de um bebê, é essencial que os pais e cuidadores saibam reconhecer os sinais de alerta que indicam a necessidade de intervenção médica. Problemas de pele em bebês são comuns, mas certas condições podem exigir tratamento especializado para prevenir complicações.
Por isso, procure um médico se:
- persistirem os sintomas mesmo com os cuidados básicos;
- o bebê apresentar febre ou sinais de infecção;
- houver sinais de uma reação alérgica grave, como dificuldade para respirar, inchaço dos lábios ou língua, ou uma erupção cutânea que se espalha rapidamente;
- os problemas de pele estiverem afetando a alimentação, o sono ou o bem-estar do bebê.
Na maioria dos casos, os problemas de pele em bebê não devem ser graves ou gerar grandes preocupações. No entanto, os pais e tutores devem estar sempre alerta para a evolução do quadro, além de possíveis sinais de complicações!
A higiene adequada e uma rotina de cuidados devem ser o suficiente para evitar qualquer problema de pele, por mais comum que seja. Entretanto, em caso de dúvidas, vale a pena procurar um médico pediatra ou dermatologista apenas para garantir que está tudo bem.
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