O aleitamento materno é um momento de conexão íntima entre mãe e filho. Através deste alimento, os bebês recebem todos os nutrientes para o crescimento saudável e os anticorpos que os protegem contra diversas doenças.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida, destacando sua importância para o desenvolvimento infantil.
Para a mãe, a produção de leite queima calorias extras, o que pode ajudar na perda de peso adquirida durante a gestação. Ao mesmo tempo, afasta o risco de câncer de mama e ovário, e ajuda a espaçar as gestações naturalmente, atuando como um método contraceptivo natural nos primeiros meses após o parto.
No entanto, caso os desafios apareçam, entre em contato com a experiente equipe da FarMelhor, com grupos de apoio à amamentação ou até mesmo com familiares. O aleitamento materno é um ato de amor que traz recompensas imensuráveis para a saúde e bem-estar de ambos, mãe e bebê, e merece todo o apoio e incentivo. Venha compreender mais sobre o tema a partir de agora!
Benefícios do aleitamento materno para o bebê
O aleitamento materno gera inúmeros benefícios que impactam positivamente a saúde e o desenvolvimento dos pequenos de diversas maneiras, incluindo:
Nutrição completa
Desde o momento do nascimento, o alimento se adapta às necessidades do bebê. Em sua composição, temos: proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas e minerais, e todos são facilmente digeridos e absorvidos pelo organismo.
Nos primeiros dias após o parto, a mãe produz um tipo especial de leite chamado colostro. Rico em anticorpos e nutrientes, atua como uma primeira vacina natural, protegendo o recém-nascido contra infecções e preparando seu sistema digestivo para receber o leite maduro, que virá posteriormente. À medida que o bebê cresce, a composição deste alimento muda para atender às suas necessidades em constante evolução.
Desenvolvimento emocional e cognitivo
O aleitamento materno também auxilia no desenvolvimento emocional e cognitivo. Há, portanto, um vínculo forte e íntimo entre mãe e filho, sendo que o contato pele a pele, o olhar e o conforto proporcionado pelo ato de amamentar ajudam a criar uma sensação de segurança e tranquilidade para o bebê.
A presença de ácidos graxos essenciais no leite materno ajuda no desenvolvimento do cérebro e do sistema nervoso, impactando positivamente as habilidades cognitivas e de aprendizagem do filho ou filha.
Além disso, poderão apresentar menos problemas comportamentais e emocionais à medida que crescem, devido a tudo que comentamos acima.
Benefícios do aleitamento materno para a mãe
Agora compreenderemos os benefícios do aleitamento materno para as mães. E isso se dá de diversas maneiras, uma delas está relacionada à saúde física e emocional. Mas existem outras, como:
Recuperação pós-parto
Durante a amamentação, a produção de ocitocina – um hormônio liberado pela hipófise – é estimulada. Ele é um aliado incrível na contração do útero, ajudando-o a voltar ao seu tamanho normal mais rapidamente. Este detalhe diminui o risco de hemorragias pós-parto, uma das principais complicações que podem ocorrer após o nascimento.
Produzir leite queima calorias extras, o que pode ser um fator significativo na recuperação do peso pré-gestacional, bem como na questão física.
Redução do risco de doenças
Como a amamentação altera os níveis hormonais no corpo da mulher, há diminuição da exposição ao estrogênio, um hormônio ligado ao desenvolvimento de certos tipos de câncer.
Também há evidências de que pode ter um efeito protetor contra doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e pressão arterial.
Preparação para amamentação
- Cursos e grupos de apoio: procure por cursos e grupos de apoio em sua cidade ou região. Poderão abordar tópicos como a anatomia da mama, técnicas de amamentação, posicionamento e como lidar com desafios comuns. Além disso, será possível fazer perguntas e compartilhar preocupações com outras futuras mães;
- Leitura e pesquisa: pesquise fontes confiáveis e tire um tempo para se informar sobre este processo. Há centenas de livros, gratuitos e pagos, na internet e nas bibliotecas públicas;
- Conversar com profissionais de saúde: durante as consultas pré-natais, converse com seu obstetra. Estes conselhos terão grande utilidade ao longo deste processo.
Posicionamento e pega correta
- Posição da mãe e do bebê: certifique-se de estar confortável e de ter apoio adequado para as costas, braços e pernas. Dentre as várias posições de amamentação, podemos citar: a posição de berço, a posição deitada e a posição em pé;
- Pega correta: quando o bebê abocanha não apenas o mamilo, mas também uma grande parte da aréola, ajudará a evitar dor nos mamilos. Isso garante que o bebê receba leite suficiente. O queixo do bebê deve tocar a mama, e o nariz deve estar livre para respirar. Caso a mãe sinta dor, reposicione a criança.
Alimentação e hidratação da mãe
- Dieta nutritiva: inclua alimentos ricos em nutrientes na sua dieta, como frutas, legumes, proteínas magras, grãos integrais e laticínios. Mas pense também em aveia e amêndoas, conhecidas por apoiar a produção de leite;
- Hidratação: tente beber um copo de água cada vez que amamentar. É possível variar com sucos naturais e chás.
Frequência das mamadas
- Amamentação em livre demanda: nos primeiros meses, o recém-nascido irá mamar a cada duas ou três horas. Além disso, sua demonstração de fome se dá ao chupar os dedos, mexer a cabeça em busca do peito ou chorar;
- Sinais de fome: aprender a reconhecer os sinais de fome irá garantir que a criança esteja recebendo leite suficiente e a evitar que fique muito irritado antes de ser alimentado.
Como tratar as fissuras na amamentação?
- Tratamento com leite materno: caso houver fissuras nos seios, a primeira dica é aplicar leite materno no mamilo, pois o líquido ajuda a formar uma barreira protetora que facilita a cicatrização profunda da epiderme;
- Proteção do mamilo: em seguida, você pode realizar o seguinte procedimento: faça dois furos na região dos seios de uma camiseta, transformando-a em uma peça caseira adaptada para amamentação.
Escolha da bomba de tirar leite
- Manual vs. elétrica: as bombas de tirar leite manuais, geralmente têm com uma alavanca que cria a sucção. Mais portáteis, silenciosas e econômicas, são ideais para uso ocasional. As bombas elétricas, por outro lado, ganham na questão da eficiência, pois fazem a sucção automaticamente. Recomendadas para mães que precisam extrair leite regularmente ou em grande quantidade;
- Simples vs. dupla: o primeiro tipo extrai leite de uma mama por vez. As duplas permitem a extração de ambas as mamas, simultaneamente, e podem ajudar a aumentar a produção de leite, economizando tempo;
- Conforto e ajuste: analise se o modelo possui ajustes de sucção que permite personalizar a intensidade e o ritmo da extração. Além disso, escolha uma bomba com funis de tamanhos adequados para os seus seios, para não ter dores ou redução na eficiência da extração.
Armazenamento seguro do leite materno
- Recipientes adequados: armazene-os em frascos de vidro ou plástico próprios para armazenar leite materno. Existem opções de sacos específicos para esta finalidade e ocupam menos espaço no congelador;
- Rotulagem: nos recipientes, coloque etiquetas com a data e a hora da extração. Desta forma, o leite mais antigo será usado primeiro e será possível monitorar os prazos de validade.
Temperatura de armazenamento
Ao ser armazenado na geladeira, o leite materno tem um prazo de validade de até 12 horas. Quando congelado imediatamente após a extração, no freezer ou congelador, o leite pode ser mantido por até 15 dias.
Para doação, deixe-o congelado por, no máximo, 10 dias antes do transporte para um banco de leite ou posto de coleta de leite. Para garantir a qualidade do alimento, tenha uma porta separada do refrigerador, permitindo um melhor controle da temperatura.
Descongelamento e uso
Há um processo importante na hora de descongelar o leite. Coloque-o na geladeira durante a noite ou use água morna. Evite o uso de micro-ondas, pois os nutrientes serão destruídos e o bebê pode queimar a boca.
Aleitamento materno e volta ao trabalho
A volta ao trabalho, logo depois deste período de afastamento, pode trazer desafios significativos para a continuidade da amamentação. Contudo, com preparação e conhecimento, essa manutenção da alimentação saudável para a criança será feita com eficácia. Entenda melhor esses pontos agora.
- Planejamento antecipado: comece a planejar o retorno com antecedência. Converse com seu empregador sobre suas necessidades de amamentação e extração de leite. Verifique as políticas da empresa em relação ao tema;
- Introdução da mamadeira: na maior parte das vezes o bebê se acostuma rápido a essa nova rotina, principalmente se encontrar um bico de mamadeira que tenha boa qualidade. Quanto mais suave essa transição, melhor;
- Organização do tempo: planeje seu horário de trabalho para incluir pausas regulares para a extração de leite. Sincronize com os horários em que seu bebê costuma mamar, para manter sua produção de leite estável.
Direitos da mãe trabalhadora
Estar no mercado de trabalho não deve ser um obstáculo para a mulher continuar amamentando seu filho. Além do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que assegura tal prioridade, temos também o artigo 396 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Ele estabelece que, após o término da licença-maternidade, a mulher tem o direito a dois descansos de meia hora cada um durante a jornada de trabalho para amamentar o bebê ou realizar a retirada de leite, até que a criança complete seis meses de idade.
Outros pontos referentes à CLT são:
- Empresas com mais de 30 funcionárias devem disponibilizar um local apropriado para que as mães possam deixar seus filhos durante o período de amamentação;
- Estes locais, que podem ser creches mantidas pela empresa ou mediante convênio, devem ter, no mínimo, um berçário, uma sala de amamentação, uma cozinha dietética e uma instalação sanitária.
Conclusão: aleitamento materno e a importância para a vida
A amamentação é um ato de amor que proporciona inúmeros benefícios para a saúde do bebê e da mãe. Entre eles, destacamos a nutrição completa fornecida pelo alimento, o fortalecimento do sistema imunológico do bebê, e o desenvolvimento emocional e cognitivo promovido pelo vínculo íntimo entre mãe e filho.
Manter a amamentação após a volta ao trabalho é possível e pode ser facilitado por uma boa preparação, conhecimento dos direitos da mãe trabalhadora e a utilização de bombas de leite e técnicas de armazenamento adequado.
Destacamos ainda que se necessita de uma alimentação balanceada e hidratação adequada. Com essas orientações e o auxílio da FarMelhor para tirar suas dúvidas, você estará bem-preparada para enfrentar os desafios e continuar proporcionando os inúmeros benefícios do leite materno ao seu bebê, enquanto gerencia suas responsabilidades profissionais de maneira eficaz.
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